Maitê Bueno
artista visual e cientista urbana
RUDERAL
O termo botânico Ruderal refere-se às plantas que nascem espontaneamente em lugares afetados pela atividade, entre as habitações, nos terrenos baldios, entre detritos e nos escombros.
Em sua primeira mostra individual com curadoria de Ronaldo Grossman, Maitê Bueno apresentou suas duas séries de colagens, "Pequenos Recortes" e "Abdução", a obra de site specific “Jardim Ruderal” realizada em parceria com Ramón Stock Bonzi e uma programação as personalidades convidadas Ramón Stock Bonzi, Paloma Klisys, Priscila Norat e André Senna que incluiu debates, performances e projeções.
A mostra RUDERAL aconteceu em duas edições, a primeira na cidade de São Paulo na Livraria Acervo (31 de agosto a 26 de outubro de 2019) e a segunda na cidade de Lisboa no Espaço Cultural DeBru (6 a 20 de dezembro de 2019).
Na segunda edição da mostra RUDERAL, Maitê Bueno convidou a artista de Berlim, Kim Schädlich. A exposição também contou com a participação de mais outros sete artistas convidados, Pedro Fragoso, João Afonso, Baltasar Moreira, Paloma Klisys, Nilson Primitivo, André Sheik e Torres, e teve intensa programação organizada pela por Maitê Bueno que incluiu projeções de videoarte, exibição de curta metragens, debates, performances e um workshop. intervenções poéticas e instalações da serie #artecura. A artista Kim Schädlich apresentou trabalhos em técnicas diversas incluindo impressão tipográfica “A vida dentro da minha baleia” e “A
muda de roupa”“. O trabalho de serigrafia “”Toca-me aqui“, as obras “Um ser estranho” e “Tuk Tuk who´s there?” caneta e pintura sobre papel, a instalação “A Vida” e a obra inédita “Lisboa á chuva”.
Juntas, Maitê e Kim fizeram uma performance de plantio“, um desdobramento da obra Vaso Sonoro, que contou com performance musical “Mr. Bubble” de Baltasar Moreira. E realizaram o Workshop de Colagem em conjunto com o artista português Pedro Fragoso.
"Maitê Bueno sempre fala da vida. Biológica, cotidiana, social, em movimento. O sopro, o impulso elétrico, o pulso que faz tudo que é vivente. Há em sua produção um certo mistério maior da vida e uma denúncia da falta de sensibilidade do mundo humano para com o todo da existência, o grande presente de estar vivo e a aceitação da certeza da morte como motor para validar cada minuto, cada fase da lua, o sol, a chuva, o frio e a sinceridade nas relações. RUDERAL, aponta que a vida simplesmente acontece, quer a alimentemos quer não. E vai mais longe afirmando que a vida é vida em qualquer lugar, ao fazer o exercício imaginativo de transportá-la para fora do universo conhecido. Mesmo que num espaço nunca antes navegado, o ser será, todavia, ele mesmo. E a vida compensará todos os dissabores."
Rodrigo Erib (Texto para exposição Ruderal, 2019)